quarta-feira, 18 de março de 2015

O FUTURO DA EAD NO BRASIL E NO MUNDO

Cláudio de Musacchio // quarta, 18/03/2015 02:21
Professor Cláudio de Musacchio

COE e FOUNDER do PORTAL EAD BRASIL

Pode parecer um desafio ambicioso de minha parte, em querer prenunciar o futuro de sistemas metodológicos que utilizam tecnologias voláteis e que tendem a produzir mudanças em sua organização e controle, em espaços cada vez mais curtos. Afinal, quem diria que, em 2010, o ORKUT fosse acabar?
Então, vou tentar descrever em três grandes pilares, meu entendimento acerca das correntes que estão movimentando o mundo, constituindo-se numa figura caleidoscópica epistemológica, que muda a cada instante, ao sabor das tecnológicas e das metodologias educacionais impregnadas de criatividade e inovação, e que por isso duram tão pouco:

O FUTURO DA ESCOLA NÃO ESTÁ NA ESCOLA, PORQUE O MUNDO SERÁ A ESCOLA!
1) Uma corrente mundial aponta para a desescolarização e a consequente perda da hegemonia educacional pelas instituições de ensino tradicionais, patrocinadas por rebeliões de jovens em todo o mundo, realizado basicamente, pela geração Z (1990/2014), que querem criar um novo conceito de necessidade do conhecimento, cuja ideia é inovadora, criativa, politicamente correta, entretanto, precisa ser lapidada, mas não pelos velhos conceitos e preceitos, mas sim, pelas novas metodologias e tecnologias em rede. Uma nova relação com o Saber e com o mercado de trabalho.

APRENDIZAGEM UBÍQUA E UBIQUIDADE TECNOLÓGICA
2) Aprendizagem ubíqua e a ubiquidade tecnológica estão redesenhando um novo mundo de utilitários tecnológicos, tanto domésticos (Internet das coisas), quanto no cenário empresarial (robótica, drones e intelligence equipments). E tudo isso graças aos sistemas de educação global, MOOcs e outros ambientes que proporcionam rápida expansão da informação que precisa ser apreendida para se trabalhar hoje em dia em organizações que aprendem, se adaptam rapidamente e se constituem em empresas gigantes que cabem numa sala de 2 mil metros quadrados.
A ideia é que a escola tradicional não sabe lidar com o conhecimento que o aluno adquire fora dela, porque ela ignora tais conhecimentos. Na verdade, os professores não são capacitados e habilitados em lidar com a ubiquidade, sendo portanto uma bomba prestes a estourar a qualquer momento. É preciso uma nova relação com o Saber anterior à escola.

TODOS PRECISAMOS DE INFORMAÇÕES PARA SUBIR DE NÍVEL – INFORMAÇÃO ESTÁ NA REDE!
3) Os seres humanos estão percebendo rapidamente, como numa rede viral, que as informações trocadas pelas redes sociais, estão se transformando em conhecimentos globais, isto é, a informação que me falta para subir de nível, seja ele intelectual ou social, não está mais na escola, está em algum nó da rede e por isso, fico a vagar buscando as pessoas que devem me ajudar a subir nesta escala de valores (intelectual ou social).
Pessoas que sabem o que precisam saber, buscam na rede mundial de relacionamentos, as informações necessárias para subir este nível. Mas aquelas que ainda não descobriram quais as informações que lhes faltam para subir de nível, buscam ajuda nos sistemas educacionais a distância. É para isso que os cursos virtuais existirão, é para servir as pessoas, de alguma maneira, para que elas possam descobrir o que lhes falta e então sim, buscarem a informação na rede. Por conta dessa procura, desvairada por informações, existem três paradoxos que circundam nossas vidas hoje em dia: o paradoxo do tempo, o paradoxo da distância e o paradoxo da velocidade.

O PARADOXO DO TEMPO – NÃO TENHO TEMPO PRA NADA, PORQUE FAÇO MUITAS COISAS AO MESMO TEMPO!
O paradoxo do tempo consiste em considerar que quanto mais atividades uma pessoa realiza por dia, mais tempo ela encontra para realizar mais atividades ainda. E quanto menos atividades uma pessoa realiza por dia, mais ela reclama à cada nova atividade a ser feita. Dizemos comumente que não temos tempo para nada mais porque já estamos com nosso tempo focado em muitas atividades. Você não tem mais tempo para nada exatamente porque está com o seu tempo todo tomado.
Um dos mais caros programas utilizados hoje em dia pelas organizações é, sem dúvida nenhuma, a organização do tempo de seus colaboradores. Improdutivos, eles estabelecem tempos muito grandes para dar uma resposta aos sistemas de comunicação, atendimento e pós-venda. A resposta da melhoria poderá ocorrer através dos programas de EAD para corrigir variáveis como tempo, distância e velocidade. Uma nova relação com o Saber Fazer, na velocidade certa, no tempo preciso, e na distância apropriada, devem ser priorizados nestes treinamentos.

O PARADOXO DA DISTÂNCIA – MAIS DISTANTE DO QUE ESTÁ PERTO, MAIS PERTO DO QUE ESTÁ DISTANTE!
A deslocalização e a espacialização tem colocado os indivíduos em situações de translado constante. Estamos alterando rapidamente antigos locais próprios para determinadas tarefas, em espaços subjetivos de muitas outras tarefas. Um exemplo clássico disso são os profissionais ambulantes, que andam com notes, celulares, impressoras de mão, acesso de banda larga para conexão Internet, que atendem as pessoas em qualquer lugar, no ônibus, metrô, bares, hotéis e universidades. O grande paradoxo é estarmos em todos os lugares e não estarmos em lugar algum.
Essa desterritorialização nos faz prisioneiros sem prisões, mas acorrentados a todo tipo de tecnologia portátil. Damos mais atenção às pessoas que nos ligam ao celular, do que àquelas que apertam nossas mãos no dia a dia. Damos mais atenção aos que estão distantes, e ignoramos àqueles que estão na nossa frente. É preciso uma nova relação com o Saber Virtual em detrimento do Saber Físico.

O PARADOXO DA VELOCIDADE – ESTAMOS VIRTUALIZANDO TANTO NOSSO ANDAR FÍSICO, QUE ESQUEMOS MUITAS VEZES DO CONTATO FÍSICO COM NOSSOS FAMILIARES E AMIGOS!
O mundo está inventando tantas tecnologias ao mesmo tempo que mal conseguimos saber de todas elas. A telefonia móvel nos jogou no ineditismo da qual não conseguimos sair mais. Os celulares são responsáveis por aumentar o número de conversações entre pessoas na ordem de seis vezes mais do que era na época em que existia apenas o telefone fixo. Quanto mais equipamentos novos existirem, maior será a distância entre os grupos que utilizam e os grupos que nem sabem que ela existe.
Vivemos um apatheid digital, uma globalização de interesses internacionais, ignorando nossos próprios produtos fabricados localmente. A aprendizagem continua local, mas o ensino está cada vez mais global, com o perigo da informação descontextualizada, sem o respeito as tradições, os costumes locais, as culturas dos povos. Estamos aumentando gradativamente nosso tempo e velocidade na virtualidade e diminuindo nossa velocidade nos contatos físicos, pessoais. Quer ter mais a atenção dos seus familiares, dê a eles celulares. Então, ligue para eles.
O paradoxo da velocidade nos coloca em estradas velozes de comunicação e produção de informação, mas de pouca interação física, pessoal, presencial.

ADAPTABILIDADE E FLEXIBILIDADE
As organizações já perceberam que para continuar no mercado ultra volátil, é necessário pensar rápido, perceber antecipadamente, planejar para mudanças rápidas, adaptando-se freneticamente, e buscando flexibilizar produção, matéria prima, sistema e formação de preços, logística de compra, armazenamento e de venda. Empresas educacionais estão sempre inovando em suas metodologias, introduzindo novas tecnologias, aumentando a capacidade de se adaptarem ao mercado de necessidades de mão-de-obra, de capacitação e habilitação de pessoal e de consumo.
Empresas que não investem em aprendizagem organizacional tendem a desaparecer rapidamente para àquelas que passam a ditar as regras de comportamento, estilo, padrão e conceito. Sistemas de EAD cada vez mais são constantes organizacionais, por isso o movimento para o crescimento avassalador por universidades corporativas, que atendam seu específico mercado. Sistemas EAD não são ágeis o bastante para capacitarem pessoas para este paradigma de mudanças tão bruscas nas metodologias e tecnologias empregadas. É preciso uma nova relação com as metodologias e tecnologias educacionais.

NÃO DESENVOLVA NENHUMA METODOLOGIA EDUCACIONAL PARA MAIS DE DOIS ANOS, POIS SÃO RAPIDAMENTE SUCATEADAS!
Metodologias e tecnologias precisam estar afinadas, uma com a outra, e a perda desse entrosamento poderá acarretar prejuízos rápidos, às vezes até para o mesmo ano fiscal. A melhor maneira de trabalhar com EAD é supor que as mídias empregadas são somadas àquelas que estão todos os anos se integrando ao mercado educacional. Muitos já mataram o MOODLE mas ele continua como sendo a ferramenta mais importante de gestão institucional. Podem não ser mais úteis ao modelo de comunicação, colaboração e interação necessários para alguns cursos EAD, mas ainda se prestam para a administração e controle das matrículas, das atividades propostas, do acompanhamento, aluno a aluno, e para o sistema de avaliação vigente. Viver fora da zona de conforto deve ser o seu conforto daqui pra frente.

REDES SOCIAIS – MODELO REVOLUCIONA VELOCIDADE NAS COMUNICAÇÕES, INTERAÇÕES E COLABORAÇÕES!
A mais poderosa ferramenta já construída pelo homem para colocar bilhões de pessoas em comunicação rápida, direta, oportuna, relevante e importante para os propósitos de uma sociedade do conhecimento. A troca de informações é vital para manter esta velocidade crescente. Quanto mais pessoas produzirem informações, mais pessoas trocam essas informações, e estabelecem novos paradigmas sociais. Por exemplo, não saber o que está acontecendo é um descaso perigoso hoje em dia para algumas corporações. Os sujeitos precisam estar “antenados”, “ligados”, “conectados na notícia”.
No projeto de educação escolar, no Brasil, ainda é muito insipiente, sendo proibido na maioria das escolas o uso de redes sociais, celulares e tablets em sala de aula. Na contramão da modernidade, professores solicitam que os alunos desliguem suas máquinas e estabeleçam conexões à moda antiga, com lousas verdes, giz e muita saliva, somente do professor, é claro, porque o forte deste sistema são as aulas expositivas e improdutivas para um aluno que anseia em fazer e aprender observando, refletindo, contextualizando e produzindo áudios e vídeos para tornar a aprendizagem significativa. É preciso um longo caminho até que os sistemas de EAD consigam propor mudanças significativas. Até porque estes cursos EAD ainda se utilizam de velhas ferramentas como MOODLE, entrega de trabalhos e avaliação pelo professor.
Estes sistemas, apesar de utilizarem a virtualidade, estão longe de representar mudanças paradigmáticas que possam refletir avanços significativos, sendo portanto, considerados apenas transposição do velho modelo educacional, que utiliza muito mal os recursos de distância, velocidade e tempo.
Os ambientes de aprendizagem baseados em redes sociais estão transformando o modo de ensinar e aprender em todas as partes do mundo, pois a desterritorialização promovida pelos novos papeis dos atores da educação: professores e alunos, os colocam na mesma situação de ensinantes e aprendentes. Para os professores é uma mudança radical em seu construto epistemológico, pois se antes só ensinava, agora é aprendiz, já que não carrega o conhecimento mais consigo. Para os alunos, é um avanço significativo, pois se antes só aprendiam, agora se veem respeitados em suas aprendizagens ubíquas (realizadas fora da escola), que permitem que todos sejam ensinantes.
Existem hoje em dia cerca de 2,5 milhões de redes sociais em todo o mundo. E em todas essas redes sociais, há um contingente de pessoas ensinando e aprendendo, uma com as outras. E a escola, longe dessas aprendizagens, não percebe que sua hegemonia está sendo dividida com as novas tecnologias de comunicação e interação. Escolas, coordenações pedagógicas, professores e alunos, experimentam no plano físico as mudanças tecnológicas, mas no plano pedagógico e institucional, ainda estão vivenciando um momento que já ficou para trás e que não possui nenhuma condição de se conectar com o presente, completamente desvinculado com os desejos e anseios da população mundial.
Desta forma, é preciso uma nova relação entre PROFESSOR e ALUNO, onde não haja mais a figura tão onipotente do professor, que só ensina, e sim de alguém que facilita em muitos casos, o andar pela estrada do conhecimento, mas que também aprende com os alunos; e que também não haja mais a figura do “aluno”, já que este ser, não é mais “sem luz”, mas alguém que traz consigo uma experiência e aprendizagem oportunizada pela pedagogia social do meio em que vive.

CLÁUDIO DE MUSACCHIO

Doutorando em Informática na Educação pelo PGIE - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre – RS, em andamento. Mestrado em Educação pela Universidade Luterana do Brasil - Canoas - RS (2005). Pós-graduação em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ, 1996. Graduação em Ciência da Computação pela Universidade UniCarioca (1995), Rio de Janeiro - RJ.

Experiência na área de Educação Corporativa, com ênfase em Aprendizagem Organizacional, atuando principalmente nos seguintes temas: grupos de trabalho, trabalhos em grupo pela web, comunicação pela web, construção coletiva de subjetividades, ambiente de aprendizagem organizacional, groupware, interatividade e colaboração. Expertise em desenvolvimento de aplicações educacionais em redes sociais corporativas.

CEO e FOUNDER do PORTAL EAD BRASIL, empresa voltada para pesquisas e aplicações tecnológicas nas áreas educacionais e corporativas, com expertise em ambientes virtuais de aprendizagem, EAD, programas educacionais e treinamento corporativo, tendo desenvolvido projetos para empresas como Chase Manhattan Bank e Sulzer do Brasil (Empresa Suíça), FIERGS e IBM.




Cláudio de Musacchio é doutorando em Informática na Educação - PGIE Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Educação pela Universidade Luterana do Brasil, pós-graduado em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro e presidente do PORTAL EAD BRASIL e membro da SOCIEDADE BRASILEIRA DE GESTÃO DO CONHECIMENTO, coordenador do grupo de estudos INTELIGÊNCIA COMPETITIVA, ministrando palestras e dando consultorias nas abordagens e ferramentas gerenciais: gestão de inovação, comunidades de prática, gestão estratégica da informação, aprendizagem organizacional, gestão de capital intelectual, inteligência competitiva, gestão de competências e ferramentas de TI. http://musacchio.webnode.com.br/ Atualmente é pesquisador pela UFRGS com o Projeto Paidéia - Interdisciplinaridades e Pesquisas científicas em Sala de Aula. http://www.portaleadbrasil.com.br/projetopaideia/ https://twitter.com/musacchio1956

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O uso das tecnologias na educação

Por Renata Beduschi de Souza

É importante que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores

No contexto escolar atual, é impensável fazermos algumas tarefas sem a ajuda de um computador. Pilhas de cadernos, agendas e planilhas de papel foram substituídas por arquivos no computador, que facilitam o fechamento de notas, o controle de presenças, a emissão do histórico dos alunos, etc. Provas são ricamente elaboradas com o uso de softwares, internet e editores de texto. Chega um momento, porém, em que a presença de alguns recursos tecnológicos deve deixar de ser imprescindível apenas no espaço administrativo e ocupar seu lugar onde será mais útil e mais ricamente aproveitada: a sala de aula.

Os recursos tecnológicos na escola

É evidente a insatisfação dos alunos em relação a aulas ditas "tradicionais", ou seja, aulas expositivas nas quais são utilizados apenas o quadro-negro e o giz. O aprender por aprender já não existe: hoje, os alunos precisam saber para que e por que precisam saber determinado assunto. Essa é a típica aprendizagem utilitária, isto é, só aprendo se for útil, necessário para entrar no mercado de trabalho, visando ao retorno financeiro. A internet invade nossos lares com todas as suas cores, seus movimentos e sua velocidade, fazendo o impossível tornar-se palpável, como navegar pelo corpo humano e visualizar a Terra do espaço sem sair do lugar. É difícil, portanto, prender a atenção do aluno em aulas feitas do conjunto lousa + professor.

Então, por que fazer o mesmo quando se pode fazer diferente? Uma vez que os alunos gostam tanto de aulas que utilizam a tecnologia, por que não aproveitar essa oportunidade e usá-la a seu favor? A aula pode entusiasmar os alunos de maneira ao menos parecida com que são excitados pelos jogos e filmes de alta qualidade em efeitos especiais. A escola precisa modernizar-se a fim de acompanhar o ritmo da sociedade e não se tornar uma instituição fora de moda, ultrapassada e desinteressante. Embora lentamente, ela está fazendo isso. Saber que o aluno aprende com o que lhe prende a atenção todos sabem. A questão é: estão os professores, as escolas e os sistemas de ensino preparados para tal mudança?

Aulas modernizadas pelo uso de recursos tecnológicos têm vida longa e podem ser adaptadas para vários tipos de alunos, para diferentes faixas etárias e diversos níveis de aprendizado. O trabalho acaba tendo um retorno muito mais eficaz. É importante, no entanto, que haja não apenas uma revolução tecnológica nas escolas. É necessária a revolução na capacitação docente, pois a tecnologia é algo ainda a ser desmistificado para a maioria dos professores.

Existe uma infinidade de programas disponíveis para montagem de exibições de slides, de atividades interativas e jogos; porém, alguns professores não sabem como utilizá-los. Utilizar o computador em sala de aula é o menor dos desafios do professor: utilizar o computador de forma a tornar a aula mais envolvente, interativa, criativa e inteligente é que parece realmente preocupante. O simples fato de transferir a tarefa do quadro-negro para o computador não muda uma aula. É fundamental que a metodologia utilizada seja pensada em conjunto com os recursos tecnológicos que a modernidade oferece. O filme, a lousa interativa, o computador, etc., perdem a validade se não se mantiver o objetivo principal: a aprendizagem.

O que vem sendo feito e o que é possível melhorar

Os recursos tecnológicos devem servir como extensões do professor. Ideias abstratas tornam-se passíveis de visualização; o microscópico torna-se grande; o passado torna-se presente, facilitando o aprendizado e transformando o conteúdo em objeto de curiosidade e interesse. O essencial é que as aulas obedeçam a uma cadeia de ideias que deixe o aluno orientado em relação ao que está aprendendo. Cada aula não é uma aula, e sim uma aula que veio antes de uma aula e depois de outra. O aprendizado deve ser interligado.

Em língua portuguesa, por exemplo, podem ser trabalhados textos utilizando apenas um computador e um programa Word. A professora pode incluir comentários nos textos dos alunos sem alterá-los e depois pedir que revisem. Outra atividade interessante é pedir aos alunos que pesquisem na internet um texto narrativo e solicitar que mudem o gênero textual para poesia ou teatro (Magalhães e Amorim, 2008). A internet é uma fonte riquíssima e excelente aliada do professor de português. Podem ser realizadas produções de textos baseadas em histórias em quadrinhos disponíveis na rede (www.turmadamonica.com.br). Sites de notícias podem ser visitados para analisar, por exemplo, como determinado país divulgou um acontecimento de âmbito mundial.

Nessa seqüência, pode-se trabalhar o texto jornalístico, e os próprios alunos montam um jornal da escola utilizando programas no computador. Gráficos e tabelas no Excell podem ser elaborados com o auxílio do professor de matemática; artigos sobre o meio ambiente e alguma questão que envolva a comunidade local podem ser criados com o apoio dos professores de ciências e geografia. O mesmo jornal pode ser trabalhado no formato de telejornal, e os alunos poderão fazer gravações com câmeras digitais. As videoconferências, realizadas através de programas como o Skype, por exemplo, são particularmente úteis para o professor de língua estrangeira, que poderá acordar com professores de outros países que ensinam a língua em questão, em séries equivalentes, para que os alunos possam conversar on-line.

Febre entre a garotada, e agora ferramenta para a sala de aula, são os sites de relacionamento e os blogs. Com atividades dirigidas e objetivos claramente estabelecidos, é possível levar para a escola oportunidades reais de uso da língua estrangeira ou mesmo da língua materna. Não podemos esquecer os sites de atividades interativas, especialmente os jogos on-line. Atividades como bingo, anagramas, caça-palavras, palavras cruzadas e forca são alguns exemplos de exercícios interativos.

A internet tem papel fundamental no ensino de língua inglesa. É a fonte natural da língua, mais acessível para alunos de qualquer contexto social. Desde formulários para diversas finalidades até a inscrição em muitos sites de relacionamento terão de ser preenchidos em inglês. Isso já representa uma necessidade de aprender uma língua estrangeira, uma vez que muitos querem uma razão para isso. Vídeos no Youtube, músicas e vários outros recursos são mais alguns exemplos de que não é necessário viajar para o exterior para ter contato com falantes nativos de inglês.

As possibilidades

Diante de tantas possibilidades, convém saber que existem estudiosos que já pensaram a respeito e que escrevem ricamente sobre o assunto, dando ao professor subsídios para o planejamento de aulas com um pouco mais de segurança e bastante criatividade. No livro Cem aulas sem tédio, as professoras Vivian Magalhães e Vanessa Amorim (2003) defendem a ideia de que precisamos encarar nossos medos e utilizar os recursos tecnológicos como apoio para nossas aulas. Enfatizam ainda que os professores jamais serão substituídos pela tecnologia, mas aqueles que não souberem tirar proveito dela correm o risco de ser substituídos por outros que sabem. O uso da internet em sala de aula fornece subsídios para um ensino mais centrado no aluno e em suas iniciativas (Leventhal, Zajdenwerg e Silvério, 2007). Além de abrir perspectivas durante as aulas, revela-se como uma útil ferramenta na área de pesquisa para projetos, desenvolvimento de leitores e acesso à informação.

Outro aspecto interessante é que, em sua maioria, o material disponível na internet, ou mesmo filmes e documentários, não respeitam uma sequência linear de aprendizado. Assim, levando-se em consideração o conhecimento prévio do aluno, é possível proporcionar um envolvimento completo, uma interação ampla com o mundo que o cerca. Ele precisa ser desafiado para que possa aprender efetivamente, conforme o conceito elaborado por Vygotsky (1984) acerca da zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Ela se refere à distância ente o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.

O papel do professor, segundo essa teoria, é o de mediador, auxiliando o aluno a alcançar seu potencial máximo, aproveitando todos os benefícios educativos que os recursos tecnológicos podem oferecer. O vídeo, por exemplo, é um grande aliado da ação pedagógica, já que está diretamente ligado ao conceito de lazer. Desse modo, o professor traz para a sala de aula um elemento da realidade do aluno, fugindo da linguagem tradicional da escola, que é normalmente o padrão escrito.

Um papel que precisa ser reavaliado é o da televisão em sala de aula. Há um grande número de programas a serem analisados a fim de introduzir um conteúdo, aprofundá-lo ou ilustrá-lo, como novelas, desenhos, noticiários, documentários, clipes, programas de auditório, entre outros. Segundo Moran, "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão" (2006).

Independentemente do recurso tecnológico em questão, o professor é o sujeito capaz de mediar o aprendizado e torná-lo mais atrativo, divertido e interessante para os alunos. Os recursos tecnológicos, bem mais do que aguçar a curiosidade do aluno em relação ao que está sendo ensinado, ajudam a prepará-lo para um mundo em que se espera que ele conheça, além dos conteúdos escolares, todos os recursos por meio dos quais esses conteúdos foram trabalhados.

O aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola: "A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989 possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial nº 549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação - PRONINFE, com o objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos" (História da informática educativa no Brasil, site do MEC/SEED/PROINFO, nome do autor não indicado). Assim, a escola cumpre duplamente seu papel: ensina e educa, educando para um mundo no qual a tecnologia é não só necessária, mas também essencial.

São muitos os benefícios trazidos pelos recursos tecnológicos à educação. Contudo, é preciso que o professor conheça as ferramentas que tem à sua disposição se quiser que o aprendizado aconteça de fato. O uso das tecnologias na escola está além de disponibilizar tais recursos; ele implica aliar método e metodologia na busca de um ensino mais interativo.

Artigo publicado originalmente no página https://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/5945/o-uso-das-tecnologias-na-educacao.aspx

Renata Beduschi de Souza é graduada em Letras, professora de língua portuguesa da rede municipal de Campo Bom (RS) e de língua inglesa do Centro de Idiomas da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS). renata_teacher@ymail.com

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Microsoft anuncia vencedores brasileiros do Prêmio Educadores Inovadores e instituições escolhidas como Escolas Mentoras

Campo Bom, no Rio Grande do Sul, se destaca com dois dos quatro selecionados; escolas NAVE, no Recife, e GENTE, no Rio, são reconhecidas por ensino inovador

A Microsoft anunciou hoje o nome dos professores brasileiros vencedores da etapa nacional do Prêmio Educadores Inovadores e selecionados para o programa Educador Especialista. Também foram anunciadas as instituições de ensino escolhidas como Escolas Mentoras no país. Os professores Cleiton Alberto Backes e Vanessa Cristina Müller, ambos de Campo Bom (RS), Gislaine Batista Munhoz, de São Paulo (SP), e Naíra Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP), foram os indicados como Educadores Especialistas. Para o programa de Escolas Mentoras, foram selecionadas a Escola Técnica Estadual Cícero Dias (NAVE Recife) e o GENTE (Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais), no Rio. Os membros de ambos os programas farão parte de uma iniciativa com duração de um ano, cujo objetivo é reconhecer educadores e dirigentes escolares pioneiros no tocante à utilização de tecnologia para transformar a educação.

Para serem selecionados para o prêmio mundial, os educadores passaram por um processo rigoroso, com mais de 19 mil inscritos em todo o mundo. As etapas incluem o registro online, o envio da atividade de aprendizagem e de um vídeo de dois a três minutos. Os vencedores foram avaliados por um grupo de juízes que utilizou critérios como aprendizagem, colaboração, construção do conhecimento e pensamento crítico, entre outros.

O Brasil, que tinha três vagas para a premiação global em Barcelona, em março de 2014, e para o programa Educador Especialista, destacou-se como o país com maior número de projetos submetidos na América Latina, e por isso ganhou o direito de ter mais um lugar na premiação.

"Os programas Educadores Especialistas e Escolas Mentoras são exemplos inspiradores de como professores e escolas estão usando a tecnologia para preparar seus alunos para os desafios do século XXI", afirmou Antonio Moraes, diretor de educação da Microsoft Brasil. “É muito gratificante perceber que a inovação proposta por eles extrapola os limites da sala de aula e também atinge o sistema de educação do qual fazem parte. Eles representam um excelente exemplo para seus colegas e esperamos que se beneficiem do acesso à tecnologia que receberão como parte destes programas da Microsoft", disse Moraes.

O objetivo do programa Educadores Especialistas é selecionar 250 educadores para a formação de uma comunidade global exclusiva de líderes educacionais que usam a tecnologia para impactar positivamente na aprendizagem e nos resultados dos alunos.

Os Educadores Especialistas e as Escolas Mentoras trabalham em estreita colaboração com a Microsoft para gerar inovação na educação, defendendo e compartilhando suas experiências na utilização eficaz da tecnologia na educação com seus pares e formuladores de políticas. Além disso, eles fazem a mentoria de outros educadores e ajudam a treiná-los em tecnologias educacionais e sobre a utilização de ferramentas e produtos Microsoft.

Para ser considerado uma Escola Mentora ou Educador Especialista, as escolas e educadores devem demonstrar um compromisso com a inovação e a capacidade de superar obstáculos na capacitação de estudantes para o século XXI. As escolas são selecionadas com base no registro de sucesso educacional, liderança comunitária e gestão escolar bem-sucedida. Os educadores são selecionados com base em sua inovação, habilidades de liderança e uso efetivo da tecnologia para melhor aprendizagem e resultados dos alunos.

Como parte do reconhecimento, os Educadores Especialistas e Escolas Mentoras terão direito a:

• Um convite para participar do Fórum Mundial de Educação, em Barcelona, Espanha em março de 2014.
• Acesso à uma gama de conteúdos sobre as estratégias e tecnologias Microsoft na educação.
• Oportunidades de desenvolvimento profissional e da carreira e certificações, incluindo coaching.

Veja abaixo mais informações sobre os projetos desenvolvidos por cada Educador Especialista brasileiro e também um resumo da proposta das Escolas Mentoras selecionadas.

Educadores Especialistas

Professor Cleiton Alberto Backes

WebNovela na escola:Aprendizado interdisciplinar através da produção audiovisual

Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont

Campo Bom – RS

Projeto interdisciplinar cujo objetivo é produzir uma web novela. Durante as aulas de língua portuguesa, alunos do ensino fundamental escrevem roteiros e nas aulas de artes trabalham o cenário e figurino. No contraturno, acontecem as filmagens. Os estudantes são responsáveis por todas as etapas do projeto e usam tecnologias como aplicativos do Office e o software de edição de vídeos Movie Maker. Para ver os episódios da Web Novela clique aqui.

Professora Gislaine Batista Munhoz

Jogos do Riva Elaboração de jogos digitais por alunos monitores

EMEF Professor Rivadavia Marques Junior

São Paulo – SP

Focado na elaboração de games pelos alunos, o projeto nasceu da ideia de agregá-los ao cotidiano da escola. Um grupo de alunos monitores elabora os jogos com ferramentas de fácil acesso, como Power Point, Paint, e Scratch, tendo em vista as demandas das professoras alfabetizadoras e necessidades de alunos com lacunas ou dificuldades de aprendizagem. Além dos games educativos, também são criados outros só de entretenimento, com personagens e temas pertencentes ao universo cotidiano dos alunos monitores. Toda a produção está condensada no site.

Professora Naíra Oliveira

Radio Flamínio

EMEB Estudante Flamínio Araújo de Castro Rangel

São Bernardo do Campo – SP

O projeto, ligado diretamente à ideia de educomunicação, é a Rádio Flamínio, que envolve alunos de 9 a 10 anos. O trabalho passa por etapas comuns a um órgão de imprensa e propicia diferentes aprendizados. São feitas reuniões de pauta, pesquisa, roteiros, revisão de texto, gravação e edição de áudio. Além disso, o material produzido é postado em formato de podcasts. Para produzir o material, são usados aplicativos do Office e o Movie Maker. Os programas estão disponíveis no site.

Professora Vanessa Cristina Müller

Projeto Educacional de Remapeamento Interdisciplinar PERI

Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont

Campo Bom – RS

O projeto gira em torno da preservação do arroio Peri, localizado na cidade de Campo Bom (RS). Durante visitas de campo com os alunos do 6º ano, são discutidas questões relativas à mata ciliar, assoreamento, depósitos ilegais de lixo e vegetação típica. Além disso, existe um monitoramento das águas e um sistema de alerta para as casas cadastradas e localizadas perto do arroio. Todo o trabalho desenvolvido tem como base o aplicativos do Office, o SkyDrive e o Movie Maker. O conteúdo gerado está disponível no site.

Escolas Mentoras

Escola Técnica Estadual Cícero Dias – Nave Recife (PE)

Fundado em 2008, o Nave tem metodologia focada em pesquisa e desenvolvimento de soluções educacionais que usam as tecnologias da informação e da comunicação no ensino médio, capacitando os estudantes para profissões na área digital. Desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Pernambuco, o programa é estruturado sobre três pilares: a oferta de ensino profissionalizante integrado ao ensino médio regular nas escolas estaduais objetos da parceria; o desenvolvimento de atividades de Pesquisa e Inovação (Centro de Pesquisa); a disseminação de metodologias e práticas desenvolvidas pelo programa (Núcleo de Disseminação). A partir do primeiro ano do ensino médio, os alunos podem escolher entre três disciplinas específicas: programação, roteiro ou multimídia.

Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais – André Urani – GENTE – Rio de Janeiro

O Projeto GENTE, idealizado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, foi inaugurado no começo deste ano e tem entusiasmado alunos, corpo docente e pesquisadores educacionais. O projeto, de ensino Fundamental, consiste em conceber e desenvolver um novo modelo de escola que inova na arquitetura do prédio; se apropria integralmente de novas tecnologias educacionais; promove inovação curricular; coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem e dá ênfase na formação dos professores.

Acesse mais informações sobre os programas Educadores Especialistas e Escolas Mentoras.
Sobre a Microsoft Brasil
Fundada em 1989, a Microsoft Brasil possui 11 escritórios em todo o País e gera localmente oportunidades diretas na área de tecnologia para mais de 18 mil empresas e 424 mil profissionais. Nos últimos dez anos, a empresa investiu mais de R$ 167 milhões em projetos sociais, levando tecnologia a escolas, universidades, ONGs e comunidades carentes. É uma das 112 subsidiárias da Microsoft Corporation, fundada em 1975, empresa líder mundial em software, serviços e soluções que ajudam empresas e pessoas a alcançarem seu potencial pleno.

Acesse também

Central de relacionamento com as Mídias: Microsoft Notícias

Microsoft Brasil no Twitter: @MicrosoftBR

Microsoft Brasil no Facebook: http://www.facebook.com/MSFTBrasil

Blog Microsoft Brasil: http://www.blogmicrosoftbrasil.com.br/

Blog de interoperabilidade da Microsoft Brasil: Porta 25

Fonte: http://www.segs.com.br/informatica-e-ti/139008-microsoft-anuncia-vencedores-brasileiros-do-premio-educadores-inovadores-e-instituicoes-escolhidas-como-escolas-mentoras.html

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Professores da rede estadual de ensino receberão tablets educacionais

A tecnologia está cada vez mais presente na vida dos brasileiros. Na área educacional não poderia ser diferente. A cada dia surgem novas ferramentas a serviço da Educação. E em busca de facilitar o processo da inclusão tecnológica, professores que atuam na rede estadual de ensino receberão tablets educacionais de sete polegadas.

A entrega será realizada na próxima quinta-feira (08), às 17 horas, no Centro de Tradições Gaúchas (CTG). Serão contemplados 1.095 docentes que atuam no Ensino Médio Regular e na Educação de Jovens e Adultos (EJA), no terceiro segmento.

Foram adquiridos 1.103 tablets. Oito equipamentos serão utilizados para eventual substituição, caso seja necessário. O material foi adquirido por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) do Governo Federal e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE). Os recursos são na ordem de R$ 307.262,70.

Com os tablets, os professores terão acesso a livros digitais, Portal do Professor, TV Escola e demais sites do Ministério da Educação, além de cursos do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), conteúdos e propostas do Ensino Médio e ao Ambiente de Aprendizagem E-Proinfo.

“Estamos promovendo aos docentes o acesso à tecnologia educacional. Com os tablets em mãos, o professor terá internet e a vários conteúdos educativos e poderá a partir daí, inovar no planejamento de suas aulas”, destacou Lenir Rodrigues, secretária de Estado da Educação e Desportos.

CAPACITAÇÃO

Após a entrega dos equipamentos, os docentes receberão uma capacitação para a utilização dos tablets. Serão repassadas orientações sobre o correto manuseio da ferramenta, bem como o acesso aos conteúdos pedagógicos.

A capacitação será ministrada no Núcleo de Tecnologia (NTE) pelo Proinfo e está prevista para a segunda quinzena de agosto. O Proinfo irá capacitar os orientadores de tecnologias lotados nos laboratórios de informática das instituições de ensino.

Eles serão os multiplicadores do conhecimento em suas respectivas escolas e deverão repassar o conteúdo da capacitação para todos os professores contemplados com os tablets.

O governador José de Anchieta afirmou que a tecnologia aplicada à sala de aula é uma ferramenta necessária para o desenvolvimento escolar do aluno. Ele disse também que esta nova tecnologia facilita o trabalho do professor que pode utilizar a informática como uma nova fonte de pesquisa e conhecimento.

“Hoje o perfil do aluno mudou. As aulas mudaram. É necessário que o professor tenha acesso a novas ferramentas de tecnologia que possam atrair a atenção do alunado. Desta forma temos priorizado os investimentos em equipamentos para a área da educação que possam ajudar no desenvolvimento do conteúdo pedagógico dos nossos estudantes”, destacou Anchieta.

Fonte:
Mágida Azulay Khatab/SEED
Qui, 08 de Agosto de 2013 00:18

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Métodos Fáceis e Rápidos de Baixar Vídeos



Hoje em dia é comum o uso de produções audiovisuais (leia a postagem Produtos Audiovisuais na Educação) no processo de ensino e aprendizagem. Por isso, este artigo trás métodos fáceis e rápidos para baixar vídeos do You Tube.


Dica 1: Keepvid.com - http://keepvid.com/

Copie o link (http://www.youtube.com/watch?v=ywd2nRV8POc) do vídeo e cole-o no campo de busca do Keepvid.com. Em seguida, clique no botão “download”, localizado no lado direito do campo de busca. O vídeo será carregado no Keepvid e  você terá a opção de escolher em qual formato deseja salvar o arquivo.



Dica 2: Voobys - http://www.voobys.com/
Para baixar o arquivo, troque a palavra “youtube” por “voobys” na URL do vídeo original e acesse o link alterado.

Por exemplo:

http://www.youtube.com/watch?v=ywd2nRV8POc

Altere por

http://www.voobys.com/watch?v=ywd2nRV8POc

Quando carregar a URL modificada, o site perguntará em qual formato deseja salvar o vídeo e em qual diretório de seu computador irá salvá-lo. O Voobys pode levar um tempinho para converter o vídeo, mas ao final do processo gravará o arquivo corretamente em sua máquina.


Dica 3: Chrome  - YouTube Video Download
Adeptos do navegador do Google podem usar o plugin “Chrome YouTube Downloader” para baixar vídeos de modo simples e rápido.
Uma vez instalado o add-on em seu browser, através do Menu | Configurações | Extensões, uma opção de download passa a ser exibida automaticamente abaixo de cada vídeo que você visualizar nas páginas do YouTube.




  
Dica 4: DownloadHelper 

Já os adeptos do navegador Mozila podem usar o complemento DownloadHelper para extração de conteúdo na web. O seu propósito é de capturar vídeos e arquivos de imagens de muitos
sites.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dicas e Truques de Pesquisa do Google


Um dos recursos Tecnológicos mais utilizados hoje em toda a internet é o Google. Normalmente, para fazer alguma pesquisa você acessa o Google digita o assunto que você quer procurar e verifica nos resultados qual deles é mais interessante. Para que você possa usufruir melhor do Google, segue algumas dicas de pesquisa:


Aprenda como encontrar expressões exatas e resultados que não contenham determinada palavra


O que você deve fazer se está querendo procurar palavras apenas em sites acadêmicos ou em um formato específico de documento



Dicas para achar filmes sobre um assunto específico, descobrir como está o tempo em outras cidades e encontrar hotéis pelo mundo


Adeus, calculadora! Além de operações matemáticas simples, o Google resolve porcentagens, raiz quadrada, potência e converte medidas e moedas



Mas os recursos que o Google disponibiliza para auxiliar suas pesquisas vão muito além disso.  A empresa oferece vários outros serviços que podem fazer diferença para você. Por isso, acesse o www.google.com.br/support  para saber mais dicas e truques

O GENTE - Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais- já tem sua primeira escola piloto na Rocinha


Foi lançado, na Escola Municipal André Urani, na Rocinha (RJ), o GENTE – Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais, um projeto piloto que se apropria integralmente de tecnologias e inovação pedagógica para colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem. O novo modelo educacional foi idealizado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Educação, e é realizado com o apoio do Instituto Natura e empresas, fundações e institutos sociais. A parceria já está beneficiando 180 alunos do 7º ao 9º anos.

A proposta do GENTE é mudar o conteúdo, o método e a gestão: não há turmas, anos ou salas de aula. Tablets e smartphones fazem parte do material escolar dos alunos e docentes. O conteúdo, as habilidades e as competências são desenvolvidas nas aulas digitais da Educopédia, plataforma didática com jogos digitais, vídeos e testes. As provas serão aplicadas por meio do sistema avaliativo Máquina de Testes, com correção automática e resultados imediatos. Com o itinerário formativo, uma espécie de mapa com todas as habilidades e competências que o aluno precisa ou em grupos pequenos, de acordo com seu desempenho acadêmico, sua responsabilidade e sua autonomia. O professor também tem um novo papel. Ele age como o arquiteto que garante a personalização do processo de aprendizagem e para que nenhum aluno seja deixado para trás. Os professores são mentores de um grupo e os orientadores de projetos transdisciplinares.

Para a concepção e estruturação do modelo pedagógico do GENTE, o Instituto Natura, junto com a Secretaria de Educação e demais parceiros, realizou diversas pesquisas de métodos inovadores de ensino, verificando as tendências mundiais do assunto, visitando escolas na América Latina e nos Estados Unidos com práticas inovadoras. As salas de aula formais e a divisão dos alunos em séries ou turmas não são mais necessárias. O conteúdo, as habilidades e as competências são desenvolvidos em conjunto, com o objetivo de formar cidadãos autônomos, solidários e preparados para esta nova sociedade.

O projeto piloto na Escola Municipal André Urani tem o período de um ano e passará por um processo de sistematização e avaliação.  projeto”, enfatiza Villares. A ideia é fazer com que o GENTE ganhe escala e possa beneficiar mais alunos e professores da Rede Municipal.







segunda-feira, 4 de março de 2013

Escolas públicas apostam na tecnologia dentro das salas de aula


Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/03/escolas-publicas-apostam-na-tecnologia-dentro-das-salas-de-aula.html
Imagine alunos de séries diferentes misturados todos no mesmo ambiente,  estudando em computadores e celulares de última geração. Em vez de provas, jogos de computador --e quem acerta passa de fase. Essas inovações já estão acontecendo em escolas públicas e particulares no brasil.
Quem tem mais de 30 anos, quando estava na escola a aula era na frente. Um muro dividia o mundo, Plutão ainda era um planeta e suas pesquisas eram feitas só nos livros. Mas quem é mais novo e está agora na escola já se acostumou a encontrar informação em um clique. A escola mudou. Qual vai ser o papel da tecnologia na sala de aula do futuro?
Além de morarem na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, Maria Clara e Giovanni Barroso têm em comum o fato de estarem sempre na frente de uma tela.
Maria Clara já sabe mexer no computador.
Giovanni gosta tanto dos joguinhos que mal consegue prestar atenção em outra coisa. “Tem campo minado, xadrez, copa...” contou o menino, enquanto utiliza o laptop.
Os dois, tão acostumados a ter sempre uma resposta na ponta dos dedos, não sabiam, mas nas férias de verão a escola municipal em que eles estudam tava sendo posta de cabeça pra baixo.
As paredes caíram, agora é tudo um espaço só. E os móveis novos seguem o projeto pedagógico iniciado este ano.
“Os móveis têm múltiplos usos. A cadeira pode virar uma coluna, uma estante. O banco vira material de exposição. O banco vira uma estante, a estante vira banco. O projeto do ambiente da escola serve justamente a esse propósito de autonomia, construção, desconstrução, pensar, repensar”, diz o designer Jair Souza.
No primeiro dia de aula, a Maria Clara e o Giovanni tiveram uma surpresa: eles e os outros alunos do sétimo ano foram misturados com estudantes do oitavo e do nono ano. Do total de 180 alunos, formaram-se grupos de seis, para trabalhar em mesas redondas. Não há professor na frente da sala, não há um ponto para onde todos têm que olhar ao mesmo tempo. É onde a tecnologia entra no projeto da Rocinha: cada aluno vai usar um computador.
“A espinha dorsal desse tipo de trabalho aqui é tentar formar dentro do aluno o interesse em aprender. De dentro para fora. E assim ele vai buscar, na internet ou com as tecnologias, e a gente vai ajudar”, disse o professor de matemática Sérgio Luís de Matos.
Os professores passam a ser orientadores nessa busca de informações. E toda semana, os grupos de alunos vão mudar, de acordo com habilidades e necessidades detectadas em testes feitos nos computadores.
“Existem outras escolas inovadoras, não só no Brasil, mas em outros países do mundo também. A grande maioria delas aposta na ajuda das novas tecnologias pra auxiliar o aumento da qualidade da aprendizagem. A tecnologia é uma ferramenta, um facilitador”, explica o subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais do Rio de Janeiro, Rafael Parente, sobre o porquê de a tecnologia exercer um papel tão fundamental.
Uma das escolas usadas como referência fica em Nova York. É chamada de School of One, ao pé da letra "escola do um". Nas aulas de matemática, os alunos chegam e vêem no mural o que vão fazer naquele dia. A tarefa é determinada pelo resultado de cada um nas atividades do dia anterior.
A diretora explica que, assim, os professores podem focar no ritmo de aprendizagem de cada aluno e não precisam esperar as provas pra descobrir as dificuldades deles.
O método é usado há três anos, e esses alunos começaram a se sair muito melhor nos testes estaduais de matemática.
Respeitar o tempo de cada um é a principal ideia de outro americano. Salman Khan estudou em Harvard, e foi tão bom aluno que teve o diploma entregue pelo então presidente Bill Clinton. Um dia, a sobrinha de Salman teve dificuldades em matemática. Ele morava longe e começou a explicar pela internet. Outros parentes pediram ajuda; Khan começou a postar as explicações. Hoje, esses vídeos têm mais de seis milhões de acessos por mês.
Salman Khan, que veio a São Paulo em fevereiro, diz que é coisa do passado ter 30 carteiras olhando para um quadro-negro, que os alunos não precisam andar juntos, compassados. “Não é preciso separar os alunos por idade, os mais velhos podem ajudar os mais novos”, diz. Ele fundou a Khan Academy e espalhou pelo mundo todas as videoaulas de matemática e de outras oito matérias.
A tradução para o português foi feita pela Fundação Lemann. E os vídeos chegaram a uma escola pública do bairro Capão Redondo, em São Paulo. É lá que Ana Beatriz de Souza estuda. Uma vez por semana, ela tem uma aula diferente.
Os alunos se organizam de acordo com os resultados conseguidos na semana anterior. Cada um deles pega o seu computador e começa a jogar. A Ana Beatriz está aprendendo subtração.
“Então a gente vai conseguindo passar de níveis. Eu já estou na Subtração II. Estou conseguindo e estou melhorando na matemática”, diz Beatriz. A regra do jogo é esta: a cada exercício que a Beatriz acerta, ela ganha um planeta do sistema solar. Quem dá asas à imaginação consegue transformar a aula numa grande aventura. “Se acertar tudo, vai chegar lá no sol”, conta a menina. Se a Beatriz acha difícil uma questão, e a viagem espacial é interrompida, ela busca na tela um dos vídeos do Salman Khan.
No fim, os professores recebem um relatório gerado pelo computador. Ficam sabendo na mesma hora quem precisa de ajuda, quem evoluiu e como a turma deve ser organizada na semana seguinte.
Em uma escola particular, também em São Paulo, cada um dos alunos têm, cada um, um tablet. Mas todos acompanham juntos as projeções feitas pelos professores. É como se as velhas apostilas ganhassem a uma versão virtual.
“O que nós fazíamos em 50 minutos, agora a gente consegue fazer em 10, 15. O professor ganha tempo, condição de melhorar as aulas e o aluno ganha muito mais conteúdo, conhecimento e prazer. A gente vê que eles fazem com prazer”, conta a professora Sandra Petracco.
O programa criado por uma empresa mexicana já foi vendido para 700 escolas na América Latina, 150 só no Brasil. Para o estudioso da informática educacional Henrique Sobreiro, é preciso avançar e mudar os métodos.
“Nós ainda estamos numa fase de usar a tecnologia para fazer as coisas velhas. Ou seja, fazer melhores provas, fazer o aluno prestar mais atenção, fazer o professor dar melhores aulas. O que a tecnologia serve é para aula, para escola, ser diferente”, analisa Sobreiro, doutor em educação pela Uerj.
A maior iniciativa do governo federal ainda aponta para a primeira etapa desse processo todo: a inclusão digital dos professores da rede pública. No ano passado, o Ministério da Educação repassou R$ 180 milhões aos estados para a compra de 600 mil tablets, que vão ser entregues a esses profissionais. Agora, aos poucos, os estados estão vendo o que fazer com a verba.
Em Minas Gerais, a Secretaria de Educação comprou 62 mil tablets, que vão ser distribuídos para todos os professores do ensino médio da rede pública. O primeiro grupo está sendo capacitado para o uso da nova tecnologia. O primeiro aplicativo instalado no tablet serve para ensinar os professores a usar a tecnologia touch screen. “Com a entrada da tecnologia, seja reinventando o tablet e outras coisas que vão para a sala de aula, a educação passa a ter um pouquinho mais de sentido para o aluno”, diz o professor Davi Barroso.
Experiências como a da Rocinha são mais caras: a escola custou R$ 3,5 milhões. Para conseguir esse dinheiro todo, a prefeitura fez parceria com 17 empresas.
“É uma falha pensar que existe uma privatização da educação quando isso sempre existiu. Eu acho que a cautela principal é: o que os alunos aprendem não pode ser influenciado pelas empresas. Elas podem até questionar, mas elas não podem decidir”, conta o subsecretário Rafael Parente.
E tudo ainda são apostas.    
“São poucas experiências, mesmo em nível mundial, que tenham realmente uma mudança de paradigma da educação instalada nas suas escolas, que você possa medir o impacto da tecnologia”, avalia a doutora em psicologia da educação da PUC de São Paulo Maria Alice Setúbal.
“A importância da introdução da informática na escola não é para melhorar o rendimento escolar, é porque a informática faz parte do mundo. Então, se você não dá habilidades de começar a controlar essa máquina, você está retirando uma possibilidade de cidadania dela. A questão é como é que nós vamos melhorar a sociedade sem que, na escola, a gente ensine as crianças a dominar esse equipamento”, conclui Sobreiro.